terça-feira, 1 de julho de 2008

Passado (quase) um ano...

O ano letivo terminou. Com isso, terminei meu primeiro ano do mestrado. O primeiro de dois, o que quer dizer, que jà cheguei bem na metade. Pois bem. Vim para a França ficar "no minimo dois anos". E voilà que o primeiro desses dois anos jà passou. E eu continuo mais perdidinha do que nunca.
Achei que como tempo, meu "objeto pequeno A" fosse substituido de "fazer mestrado na França" por alguma coisa que pudesse indicar meu futuro. Mas até agora, nada. Recentemente, ele tem sido explorar meu tema de mestrado ou me preparar para uma viagem de um mês para o Brasil. O que, convenhamos, não tem nada de "obejto pequeno A".
Durante esse ano, nesse blog, tentei contar alguns aspectos positivos dessa minha nova vida. Tiveram muitos que não contei aqui. Quase não falei sobre o meu mestrado, por exemplo, que no final das contas é o motivo principal por eu estar aqui e não me decepcionou. Quase não falei desse maravilhoso mundo acadêmico ou das pessoas interessantissimas e multiculturais que encontrei por aqui. Bref,....
Mes existem outras coisas que praticamente não mencionei aqui e que têm dificultado a definição do meu proximo "objeto pequeno A". A verdade é que nunca tinha sofrido tanto por me sentir estrangeira. Nos EUA eu tinha sofrido um pouco, mas era nova e de qualquer forma, dependente. Na Italia, ser estrangeira era aminha liberdade. E nem me sentia tão estrangeira assim. Aqui, eu abro a boca, e eu percebo o meu sotaque. No auge do meu inglês, as pessoas sme perguntavam se eu vinha de Brazil, Indiana. Na Italia, tinha um sotaque, mas jà cheguei a ser confundida com uma italiana do norte. Mas aqui, é impossivel. Sinto-me como o personagem de Budapeste. Não importa o esforço que eu faça, continuo a cometer vàrios erros, e continuo a estampar aquele sotaque...
Echec!
Mas qual é o drama, você pode pensar? O drama é que essa falta da maestri da lingua me cria uma sensação de dependência. Além disso, acho que para uma jornalista é ainda mais dificil essa situação. Estou cada vez mais certa que não poderia trabalhar com jornalismo por aqui (ou talvez em qualquer lugar fora do Brasil). A não ser que seja algo tipo documantàrio.
Isso reduz as minhas perspectivas.
Um outro ponto importante é a minha relação com a cidade. Paris é linda e todos a amamos, mas ela definitivamente agravou minha claustrofobia. As, vezes, sem exagerar, acho que fiquei com seqüelas psicologicas por ter vivido um inverno em Paris, num apartamento minusculo esmagado entre dois outrs prédios. Jà acordei à noite desesperada, com a sensação que estava sufocando, e tive que ir respirar na janela. Jà sonhei que estava prensada dentro do metrô, e acordei ofegante. Meu Deus, essa cidade é pequena demais para nos todos, serà que vocês não percebem?
Parce que não, ou então as pessoas não esão nem ai, passam na rua batendo e encostando em você, espremendo-se nos cafés, nos metrôs, nas filas, no hall da faculdade e nos cinemas. Preciso de AR! Por favor, abram as janelas, surto de meningite!
Tenho desenvolvido uma certa fobia de gente. Existe isso?
Ao invés de São Paulo, queria ir para o centro-oeste, onde a densidade demogràfica deve ser uma das mais baixas do mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

identificacao total com este seu post....